Hospitais
privados do país adotam programas de benefícios que, entre outros critérios,
premiam médicos pelo volume de exames, cirurgias e internações que realizam.
Quanto mais
procedimentos, mais pontos ganham na avaliação –que inclui itens como
fidelização, adesão aos protocolos clínicos e atuação em ensino e pesquisa.
O médico que
soma mais pontos consegue mais reputação dentro do hospital e privilégios como
presentes, descontos em exames para ele e seus familiares e prioridade no uso
do centro cirúrgico.
Na condição
de anonimato e de não identificar a instituição em que atuam, a Folha
conversou com 12 médicos de hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre e Salvador. Todos confirmam a existência de programas de benefícios em
que o volume de procedimentos é considerado na premiação.
"O
médico do pronto-atendimento que interna mais ganha mais pontos", conta um
médico do Rio de Janeiro. "Tem um médico que segura paciente internado sem
necessidade só para gerar mais diária hospitalar", relata um outro de São
Paulo.
"Eu já
ouvi pressões do tipo: 'a ressonância precisa ser otimizada'", afirma um
médico de Porto Alegre (RS). "Aqui se pede exame de urina até para unha
encravada", diz outro de Salvador (BA).
A prática
tem sido questionada por especialistas em ética e em gestão porque pode
resultar em procedimentos desnecessários, que expõem pacientes a riscos, e no
aumento do custo da saúde-a conta vai para os planos, e quem paga são os
usuários.
"Não se
pode atrelar a participação médica a nenhuma volumetria. Seria como remunerar
bombeiro que apaga mais incêndios. Logo começariam a queimar casas para ganhar
mais", diz Francisco Balestrin, presidente da Anahp (Associação Nacional
de Hospitais Privados).
Ele afirma
que a prática não é "corrente" entre as instituições e que há vários
programas pautados pela ética. Em março, a Anahp fará em um evento com
dirigentes para discutir um "mapa de riscos", e os programas de
benefícios entrarão na discussão.
Para o
médico Yussif Ali Mere Jr., presidente da Federação e do Sindicato de
Hospitais, Clínicas e Laboratórios, "a era de o médico fazer tudo o que
quer e ser valorizado pelo hospital [por gerar mais lucro] tem que
acabar". "O custo é insustentável."
Pedro Ramos,
diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), diz que a
entidade tinha informações sobre esses incentivos por volume, mas nunca
conseguiu provar que eles existiam. Agora, deve pedir uma investigação sobre
isso. "É inaceitável", afirmou.
Para ele, a
raiz do problema está no modelo de remuneração. Os hospitais ganham dos planos
pela quantidade de serviços que prestam ("fee for service"), não pela
qualidade da assistência que prestam ao paciente.
"Os
hospitais estão cada vez mais ricos, e os planos cada vez mais pobres. É
dramática a situação." Em razão da crise econômica, os planos perderam
mais de 2 milhões de usuários em dois anos.
Ali Mere Jr.
também acredita que é preciso mudar o modelo de remuneração, mas discorda de
Ramos. "Os hospitais estão mais caros, mas não mais ricos."
EXCESSO NO
USO
Gláucio
Libório, presidente do Instituto Ética Saúde, critica programas que incentivam
volume de procedimentos e diz que eles abrem brechas para crimes como os vistos
na "máfia das próteses".
A prática é
investigada há dois anos pela Polícia Federal e ao menos 40 pessoas já foram
indiciadas. Além de compras superfaturadas, que lesaram o SUS e os planos, em
alguns casos cirurgias foram indicadas sem necessidade.
"Sou
totalmente contra programas que envolvam volume. Médicos não podem receber
nenhum benefício atrelado a quantidade de procedimentos de nenhum tipo."
O
cardiologista Luís Cláudio Correia, representante da Choosing Wisely no Brasil
(campanha contra o excesso de exames e o sobrediagnóstico), não acredita que os
programas tenham papel crucial em indicações excessivas ou desnecessárias de
exames.
"A
questão é mais cognitiva do que de premiação, de incentivo. Imagino que na
ausência de qualquer conflito de interesse, o 'overuse' continuaria
prevalente."
Para o intensivista
Guilherme Barcellos, membro honorário da Academia Brasileira de Medicina
Hospitalar e coordenador da Choosing Wisely Brasil, não é frequente nesses
programas uma remuneração direta a médicos por indicações de procedimentos.
"Entram
num combo que garante privilégios. Mais receita para o hospital e o médico vira
5 estrelas, ganha estacionamento grátis, lavagem do carro e coisas do
tipo."
EINSTEIN
'EXPORTA' PROGRAMA
Considerado
modelo no setor, o programa de benefícios do hospital Albert Einstein está
sendo replicado em outras oito instituições do país.
Segundo o
presidente do hospital, Sidney Klajner, o programa de segmentação médica é
usado como forma de fidelizar profissionais autônomos à instituição. São 70
indicadores que geram pontuações que classificam médicos como "premium,
advance, evolution e special".
Os
indicadores são baseados em qualidade (adesão a protocolos, interação com a
equipe), fidelização (número de pacientes trazidos para o hospital),
filantropia (atividades voluntárias nos programa filantrópicos) e participação
em ensino e pesquisa.
Klajner diz
que o hospital valoriza mais a fidelidade do médico ao Einstein do que o volume
de procedimentos.
"Médicos
que têm cadastramento e internam pacientes em vários hospitais têm pontuação
menor do que aquele que estão exclusivamente no Einstein."
Segundo ele,
em relação a exames, para cada especialidade existe uma meta mediana esperada.
"A partir dessa mediana não é contado mais nada. Estamos mais interessados
que o médico peça o exame no Einstein e não no Fleury do que no volume."
O Einstein
vetou recentemente uma prática que poderia gerar conflito de interesse: postos
de coleta de exames mantidos por laboratórios em consultórios médicos.
"Por
mais que cause perda de receita, isso poderia gerar incentivo para exames
complementares desnecessários."
Também
proíbe que seus médicos recebam comissões por tipo de quimioterapia que
indicam. "Perdemos profissionais por isso."
O Hospital
Sírio-Libanês diz que não remunera os médicos por quantidade de exames e que
"repugna essa prática". Também não há remuneração por quimioterapia
indicada, segundo o CEO, Paulo Chapchap. "Os médicos são remunerados pelo
cuidado com o paciente."
O Hospital
Oswaldo Cruz disse que o porta-voz indicado a falar sobre o assunto estava
viajando.
O Hospital
Moinhos de Vento, de Porto Alegre, informou que seu programa médico passa por
reestruturação e que só se manifestará após a conclusão do processo.
A Rede D'Or, que tem 31 unidades no país, disse que
"não tinha interesse em participar da reportagem". (
Hospitais
privados do país adotam programas de benefícios que, entre outros critérios,
premiam médicos pelo volume de exames, cirurgias e internações que realizam.
Quanto mais
procedimentos, mais pontos ganham na avaliação –que inclui itens como
fidelização, adesão aos protocolos clínicos e atuação em ensino e pesquisa.
O médico que
soma mais pontos consegue mais reputação dentro do hospital e privilégios como
presentes, descontos em exames para ele e seus familiares e prioridade no uso
do centro cirúrgico.
Na condição
de anonimato e de não identificar a instituição em que atuam, a Folha
conversou com 12 médicos de hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre e Salvador. Todos confirmam a existência de programas de benefícios em
que o volume de procedimentos é considerado na premiação.
"O
médico do pronto-atendimento que interna mais ganha mais pontos", conta um
médico do Rio de Janeiro. "Tem um médico que segura paciente internado sem
necessidade só para gerar mais diária hospitalar", relata um outro de São
Paulo.
"Eu já
ouvi pressões do tipo: 'a ressonância precisa ser otimizada'", afirma um
médico de Porto Alegre (RS). "Aqui se pede exame de urina até para unha
encravada", diz outro de Salvador (BA).
A prática
tem sido questionada por especialistas em ética e em gestão porque pode
resultar em procedimentos desnecessários, que expõem pacientes a riscos, e no
aumento do custo da saúde-a conta vai para os planos, e quem paga são os
usuários.
"Não se
pode atrelar a participação médica a nenhuma volumetria. Seria como remunerar
bombeiro que apaga mais incêndios. Logo começariam a queimar casas para ganhar
mais", diz Francisco Balestrin, presidente da Anahp (Associação Nacional
de Hospitais Privados).
Ele afirma
que a prática não é "corrente" entre as instituições e que há vários
programas pautados pela ética. Em março, a Anahp fará em um evento com
dirigentes para discutir um "mapa de riscos", e os programas de benefícios
entrarão na discussão.
Para o
médico Yussif Ali Mere Jr., presidente da Federação e do Sindicato de
Hospitais, Clínicas e Laboratórios, "a era de o médico fazer tudo o que
quer e ser valorizado pelo hospital [por gerar mais lucro] tem que
acabar". "O custo é insustentável."
Pedro Ramos,
diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), diz que a
entidade tinha informações sobre esses incentivos por volume, mas nunca
conseguiu provar que eles existiam. Agora, deve pedir uma investigação sobre
isso. "É inaceitável", afirmou.
Para ele, a
raiz do problema está no modelo de remuneração. Os hospitais ganham dos planos
pela quantidade de serviços que prestam ("fee for service"), não pela
qualidade da assistência que prestam ao paciente.
"Os
hospitais estão cada vez mais ricos, e os planos cada vez mais pobres. É
dramática a situação." Em razão da crise econômica, os planos perderam
mais de 2 milhões de usuários em dois anos.
Ali Mere Jr.
também acredita que é preciso mudar o modelo de remuneração, mas discorda de
Ramos. "Os hospitais estão mais caros, mas não mais ricos."
EXCESSO NO
USO
Gláucio
Libório, presidente do Instituto Ética Saúde, critica programas que incentivam
volume de procedimentos e diz que eles abrem brechas para crimes como os vistos
na "máfia das próteses".
A prática é
investigada há dois anos pela Polícia Federal e ao menos 40 pessoas já foram
indiciadas. Além de compras superfaturadas, que lesaram o SUS e os planos, em
alguns casos cirurgias foram indicadas sem necessidade.
"Sou
totalmente contra programas que envolvam volume. Médicos não podem receber
nenhum benefício atrelado a quantidade de procedimentos de nenhum tipo."
O
cardiologista Luís Cláudio Correia, representante da Choosing Wisely no Brasil (campanha
contra o excesso de exames e o sobrediagnóstico), não acredita que os programas
tenham papel crucial em indicações excessivas ou desnecessárias de exames.
"A
questão é mais cognitiva do que de premiação, de incentivo. Imagino que na
ausência de qualquer conflito de interesse, o 'overuse' continuaria
prevalente."
Para o
intensivista Guilherme Barcellos, membro honorário da Academia Brasileira de
Medicina Hospitalar e coordenador da Choosing Wisely Brasil, não é frequente
nesses programas uma remuneração direta a médicos por indicações de
procedimentos.
"Entram
num combo que garante privilégios. Mais receita para o hospital e o médico vira
5 estrelas, ganha estacionamento grátis, lavagem do carro e coisas do
tipo."
EINSTEIN
'EXPORTA' PROGRAMA
Considerado
modelo no setor, o programa de benefícios do hospital Albert Einstein está
sendo replicado em outras oito instituições do país.
Segundo o
presidente do hospital, Sidney Klajner, o programa de segmentação médica é
usado como forma de fidelizar profissionais autônomos à instituição. São 70
indicadores que geram pontuações que classificam médicos como "premium,
advance, evolution e special".
Os
indicadores são baseados em qualidade (adesão a protocolos, interação com a
equipe), fidelização (número de pacientes trazidos para o hospital),
filantropia (atividades voluntárias nos programa filantrópicos) e participação
em ensino e pesquisa.
Klajner diz
que o hospital valoriza mais a fidelidade do médico ao Einstein do que o volume
de procedimentos.
"Médicos
que têm cadastramento e internam pacientes em vários hospitais têm pontuação
menor do que aquele que estão exclusivamente no Einstein."
Segundo ele,
em relação a exames, para cada especialidade existe uma meta mediana esperada.
"A partir dessa mediana não é contado mais nada. Estamos mais interessados
que o médico peça o exame no Einstein e não no Fleury do que no volume."
O Einstein
vetou recentemente uma prática que poderia gerar conflito de interesse: postos
de coleta de exames mantidos por laboratórios em consultórios médicos.
"Por
mais que cause perda de receita, isso poderia gerar incentivo para exames
complementares desnecessários."
Também
proíbe que seus médicos recebam comissões por tipo de quimioterapia que
indicam. "Perdemos profissionais por isso."
O Hospital
Sírio-Libanês diz que não remunera os médicos por quantidade de exames e que
"repugna essa prática". Também não há remuneração por quimioterapia
indicada, segundo o CEO, Paulo Chapchap. "Os médicos são remunerados pelo
cuidado com o paciente."
O Hospital
Oswaldo Cruz disse que o porta-voz indicado a falar sobre o assunto estava
viajando.
O Hospital
Moinhos de Vento, de Porto Alegre, informou que seu programa médico passa por
reestruturação e que só se manifestará após a conclusão do processo.
A Rede D'Or, que tem 31 unidades no país, disse que
"não tinha interesse em participar da reportagem". (
Hospitais
privados do país adotam programas de benefícios que, entre outros critérios,
premiam médicos pelo volume de exames, cirurgias e internações que realizam.
Quanto mais
procedimentos, mais pontos ganham na avaliação –que inclui itens como
fidelização, adesão aos protocolos clínicos e atuação em ensino e pesquisa.
O médico que
soma mais pontos consegue mais reputação dentro do hospital e privilégios como
presentes, descontos em exames para ele e seus familiares e prioridade no uso
do centro cirúrgico.
Na condição
de anonimato e de não identificar a instituição em que atuam, a Folha
conversou com 12 médicos de hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre e Salvador. Todos confirmam a existência de programas de benefícios em
que o volume de procedimentos é considerado na premiação.
"O
médico do pronto-atendimento que interna mais ganha mais pontos", conta um
médico do Rio de Janeiro. "Tem um médico que segura paciente internado sem
necessidade só para gerar mais diária hospitalar", relata um outro de São
Paulo.
"Eu já
ouvi pressões do tipo: 'a ressonância precisa ser otimizada'", afirma um
médico de Porto Alegre (RS). "Aqui se pede exame de urina até para unha
encravada", diz outro de Salvador (BA).
A prática
tem sido questionada por especialistas em ética e em gestão porque pode
resultar em procedimentos desnecessários, que expõem pacientes a riscos, e no
aumento do custo da saúde-a conta vai para os planos, e quem paga são os
usuários.
"Não se
pode atrelar a participação médica a nenhuma volumetria. Seria como remunerar
bombeiro que apaga mais incêndios. Logo começariam a queimar casas para ganhar
mais", diz Francisco Balestrin, presidente da Anahp (Associação Nacional
de Hospitais Privados).
Ele afirma
que a prática não é "corrente" entre as instituições e que há vários
programas pautados pela ética. Em março, a Anahp fará em um evento com
dirigentes para discutir um "mapa de riscos", e os programas de
benefícios entrarão na discussão.
Para o
médico Yussif Ali Mere Jr., presidente da Federação e do Sindicato de
Hospitais, Clínicas e Laboratórios, "a era de o médico fazer tudo o que
quer e ser valorizado pelo hospital [por gerar mais lucro] tem que
acabar". "O custo é insustentável."
Pedro Ramos,
diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), diz que a
entidade tinha informações sobre esses incentivos por volume, mas nunca
conseguiu provar que eles existiam. Agora, deve pedir uma investigação sobre
isso. "É inaceitável", afirmou.
Para ele, a
raiz do problema está no modelo de remuneração. Os hospitais ganham dos planos
pela quantidade de serviços que prestam ("fee for service"), não pela
qualidade da assistência que prestam ao paciente.
"Os
hospitais estão cada vez mais ricos, e os planos cada vez mais pobres. É
dramática a situação." Em razão da crise econômica, os planos perderam
mais de 2 milhões de usuários em dois anos.
Ali Mere Jr.
também acredita que é preciso mudar o modelo de remuneração, mas discorda de
Ramos. "Os hospitais estão mais caros, mas não mais ricos."
EXCESSO NO
USO
Gláucio
Libório, presidente do Instituto Ética Saúde, critica programas que incentivam
volume de procedimentos e diz que eles abrem brechas para crimes como os vistos
na "máfia das próteses".
A prática é
investigada há dois anos pela Polícia Federal e ao menos 40 pessoas já foram
indiciadas. Além de compras superfaturadas, que lesaram o SUS e os planos, em
alguns casos cirurgias foram indicadas sem necessidade.
"Sou
totalmente contra programas que envolvam volume. Médicos não podem receber
nenhum benefício atrelado a quantidade de procedimentos de nenhum tipo."
O
cardiologista Luís Cláudio Correia, representante da Choosing Wisely no Brasil
(campanha contra o excesso de exames e o sobrediagnóstico), não acredita que os
programas tenham papel crucial em indicações excessivas ou desnecessárias de
exames.
"A
questão é mais cognitiva do que de premiação, de incentivo. Imagino que na
ausência de qualquer conflito de interesse, o 'overuse' continuaria
prevalente."
Para o
intensivista Guilherme Barcellos, membro honorário da Academia Brasileira de
Medicina Hospitalar e coordenador da Choosing Wisely Brasil, não é frequente
nesses programas uma remuneração direta a médicos por indicações de
procedimentos.
"Entram
num combo que garante privilégios. Mais receita para o hospital e o médico vira
5 estrelas, ganha estacionamento grátis, lavagem do carro e coisas do
tipo."
EINSTEIN
'EXPORTA' PROGRAMA
Considerado
modelo no setor, o programa de benefícios do hospital Albert Einstein está
sendo replicado em outras oito instituições do país.
Segundo o
presidente do hospital, Sidney Klajner, o programa de segmentação médica é
usado como forma de fidelizar profissionais autônomos à instituição. São 70
indicadores que geram pontuações que classificam médicos como "premium,
advance, evolution e special".
Os
indicadores são baseados em qualidade (adesão a protocolos, interação com a
equipe), fidelização (número de pacientes trazidos para o hospital),
filantropia (atividades voluntárias nos programa filantrópicos) e participação
em ensino e pesquisa.
Klajner diz
que o hospital valoriza mais a fidelidade do médico ao Einstein do que o volume
de procedimentos.
"Médicos
que têm cadastramento e internam pacientes em vários hospitais têm pontuação
menor do que aquele que estão exclusivamente no Einstein."
Segundo ele,
em relação a exames, para cada especialidade existe uma meta mediana esperada.
"A partir dessa mediana não é contado mais nada. Estamos mais interessados
que o médico peça o exame no Einstein e não no Fleury do que no volume."
O Einstein
vetou recentemente uma prática que poderia gerar conflito de interesse: postos
de coleta de exames mantidos por laboratórios em consultórios médicos.
"Por
mais que cause perda de receita, isso poderia gerar incentivo para exames
complementares desnecessários."
Também
proíbe que seus médicos recebam comissões por tipo de quimioterapia que
indicam. "Perdemos profissionais por isso."
O Hospital
Sírio-Libanês diz que não remunera os médicos por quantidade de exames e que
"repugna essa prática". Também não há remuneração por quimioterapia
indicada, segundo o CEO, Paulo Chapchap. "Os médicos são remunerados pelo
cuidado com o paciente."
O Hospital
Oswaldo Cruz disse que o porta-voz indicado a falar sobre o assunto estava
viajando.
O Hospital
Moinhos de Vento, de Porto Alegre, informou que seu programa médico passa por
reestruturação e que só se manifestará após a conclusão do processo.
A Rede D'Or,
que tem 31 unidades no país, disse que "não tinha interesse em participar
da reportagem".
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/02/1861919-hospitais-premiam-medicos-que-indicam-mais-exames.shtml